Irmãos Rebouças foram os primeiros engenheiros negros do Brasil
Em 20 de novembro celebra-se o Dia da Consciência Negra, como forma de reforçar o combate ao racismo e qualquer tipo de discriminação em razão da raça ou etnia. A data visa resgatar a trajetória de negros e negras que marcaram a história do país, seja por sua luta ou contribuição no desenvolvimento econômico e social do Brasil.
No entanto, segundo o engenheiro e professor Ubiratan Felix, membro da Engenharia pela Democracia (EngD), quando lembrados, sempre são por sua atuação nas áreas como esporte, gastronomia, música, dança e no trabalho braçal. “Este fenômeno é decorrência da ideologia do embranquecimento do final dos Séculos XIX e XX, que apagou a contribuição de eminentes brasileiros negros na Literatura, Medicina, Engenharia, Ensino e Tecnologia”, afirma Ubiratan Felix em artigo “Vultos negros e negras da Engenharia no Brasil”.
Segundo ele, fazem parte do processo de embranquecimento figuras como Machado de Assis ou do apagamento histórico, os irmãos Rebouças, pioneiros da Engenharia moderna no Brasil.
Antônio e André Pinto de Rebouças, nasceram na primeira metade do Século XIX em Cachoeira Bahia, e se diplomaram na Escola Militar do Rio de Janeiro. Eram abolicionistas e defensores da Monarquia Brasileira e construíram a Estrada de Ferro Curitiba – Paranaguá, obras portuárias no Rio de Janeiro e Santos, entre outras.
Ao lado de Joaquim Nabuco, de Machado de Assis e José do Patrocínio, os irmãos Rebouças foram representantes da classe média negra no Segundo Império e uma das vozes mais importantes em defesa da abolição. Eles eram representantes da visão reformista e progressista da abolição da escravatura.
Além dos irmãos Rebouças, muitos outros negros e negras fizeram história dando sua contribuição para a engenharia brasileira. Os engenheiros Teodoro Sampaio, Antônio Joaquim de Souza Carneiro, Maria José Salles, Areobaldo Oliveira Aflitos, Caiuby Alves da Costa são exemplos de profissionais que no seu tempo e época foram importantes na construção da Engenharia Nacional e símbolo de competência e eficiência para presentes e futuras gerações.
Nesse sentido, a EngD presta sua homenagem, no mês da Consciência Negra, a todos os profissionais da engenharia negros e negras que foram protagonistas na construção da infraestrutura econômica, social, viária e nosso país.
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