Prezados (as),
Lula sabe. As forças da elite são muito mais poderosas, contam com toda a superestrutura a seu favor: Os poderes de Estado, a mídia, as instituições religiosas, a cultura, a educação, as ingerências geopolíticas e geoeconômicas e muito mais. E sabe que a estratégia da elite é, também, muito mais astuta; ela sabe dividir e recrutar grandes segmentos das nossas próprias fileiras. Multidões da classe média vestem a roupa alugada da elite, como se fosse própria. E essa estratégia da elite é muito mais ardilosa ainda. Ela infiltra-se e recruta grandes segmentos da própria população trabalhadora via controle de suas mentes. Usa um vírus invisível, não detectável aos microscópios, mas os sintomas gerados são indiscutíveis e destruidores: A identidade da elite foi resgatada para si; a alteridade popular, ao lixo, lançada.
Diante desse cenário, Lula sabe: Enfrentar o poder bélico e estratégico dessa elite, frente a frente, e no campo de batalha dela, é ser decapitado no primeiro embate, e renegado em praça pública. Por isso, Lula pratica a estratégia reversa da própria elite e possui reputação e habilidades para isso. Infiltrar-se nas suas fileiras, dividi-las, recruta-las ou, pelo menos, neutraliza-las. Quanto à luta depois, a da governabilidade, Lula sabe que será ainda mais difícil, mas já conta com grande vantagem: Com o inimigo dividido e no nosso campo de batalha.
Povo na rua é importante sim, mas com grandes multidões engrossadas por tal estratégia. Caso contrário, povo na rua não passará de algumas bandeiras hasteadas e alguns berros desesperados. Utopias costumam nos inebriar, mas podem destruir realidades exequíveis.
Para gáudio da própria elite.
César Cantu
São Paulo, 05.02.2022
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