A Universidade Federal do ABC (UFABC) já conta com o Cefavela (Centro de Estudos da Favela). A iniciativa – o mais novo Cepid (Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão) financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) – foi lançada na segunda-feira (7), no campus de São Bernardo do Campo.
Dácio Roberto Matheus, reitor da UFABC, afirmou que o Cefavela simboliza um novo tempo para as universidades federais, após anos de retrocessos. Segundo ele, é reflexo do empenho da instituição para compensar as limitações financeiras e se tornar mais uma das “universidades de excelência no estado de São Paulo”.
“Fomos ameaçados no governo passado de nos usurparem também a autonomia acadêmica. Resistimos. Mas ainda não construímos efetivamente a autonomia administrativa e financeira”, lembrou Dácio. “Gostaríamos de dar muito mais apoio a centros de pesquisa como este e aos próprios núcleos estratégicos da universidade, apoio de pessoal, de estrutura, de instalações. Embora com muitas limitações, vamos, sim, seguir nos esforçando.”
O reitor lembrou que o projeto está vinculado às origens da UFABC. “Ela nasceu dos movimentos sociais de trabalhadores do ABC, reivindicando o ensino superior na região – e se materializou na primeira aula, ministrada no dia 11 de setembro de 2006”, discursou. “Que a população favelada deixe de ser apenas objeto de pesquisa e se torne pesquisadora, junto aos acadêmicos e aos nossos alunos e alunas.”
Paulo Massoca, coordenador-geral, do movimento Engenharia pela Democracia (EngD), prestigiou a cerimônia inaugural do Cefavela. Também participaram da solenidade de lançamento o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo, Vahan Agopyan, além de representante da Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades.
“A UFABC é uma instituição importante na luta pela valorização da ciência e da engenharia nacional”, afirma Massoca. “O Cefavela tem tudo a ver com o projeto Mais Engenharia, que a EngD vem defendendo e propôs ao presidente Lula quando do lançamento do PAC 3. É preciso retomar o protagonismo da engenharia e das ciências no fortalecimento da capacidade institucional dos municípios, dos estados e da União na gestão e na melhoria das condições de vida da população, principalmente das periferias de nossas cidades e metrópoles.”
O Cefavela vai atuar em três áreas “Análise e modelagem espacial de favelas”, “Dinâmicas e transformações socioespaciais, econômicas e ambientais nas favelas” e “Capacidades estatais, limites e potencialidades das intervenções em favelas”.
Veja abaixo como foi o lançamento do Cefavela:
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