A mobilização da engenharia nacional tem ajudado a unir categorias e segmentos na luta pela reindustrialização e reconstrução do Brasil sob o governo Lula. O movimento Engenharia pela Democracia (EngD) é parte ativa desse processo.
Em dezembro passado, entregamos à Presidência da República a “Carta ao Presidente Lula”, com cinco propostas para o País. São pontos como a criação do Programa Mais Engenharia, a ampliação do índice de nacionalização nos projetos e programas de reindustrialização, além da suspenção e revisão das privatizações de empresas públicas estratégicas.
Na 1ª Conferência Nacional Livre de Engenharia, Ciência, Tecnologia e Inovação, em 10 de abril, reafirmamos que o desenvolvimento passa por mais indústria, mais ciência e tecnologia, mais soberania e mais progresso social. Fruto de uma parceria entre EngD, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Fundação Memorial da América Latina, o evento foi realizado nos marcos da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Ao mesmo tempo, é necessário valorizar as categorias ligadas à engenharia, alvos crescentes de precarização. A desindustrialização, a estagnação econômica, a operação Lava Jato e as reformas ultraliberais dos governos Temer e Bolsonaro impuseram um cenário de retrocessos para profissionais de engenharia, geologia, agronomia, geociências e outras áreas.
Essas preocupações ganham ainda mais relevância às vésperas do 1º de Maio, o Dia Internacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras. Nesta quarta-feira (1/5), as centrais sindicais organizam em São Paulo o ato nacional, que terá uma série de bandeiras de lutas, como emprego decente, menos juros e salário igual para trabalho igual.
Diferentemente de qualquer 1º de Maio das últimas décadas, este será o primeiro em que o Brasil tem margem e oportunidade para avançar num processo de reindustrialização. Com iniciativas como o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a NIB (Nova Indústria Brasil) e o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), o governo Lula tem apostado na indústria nacional como motor do crescimento econômico e do desenvolvimento sustentável.
É o caminho para romper com os paradigmas do rentismo e do neoliberalismo, bem como do modelo centrado na exportação de commodities promovido pelos últimos governos.
“Queremos uma indústria inovadora, sustentável, exportadora e produtiva”, resume o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Além de fortalecer cadeias produtivas para os quais o País já demonstrou ter demanda e vocação, o setor também precisa explorar novos segmentos, requalificando e modernizando seu parque industrial. A reação da iniciativa privada tem sido positiva, com diversos anúncios de novos investimentos.
Pequenas e médias empresas, responsáveis por 41% dos empregos formais no Brasil e por mais de um quarto do PIB, também precisam estar no alvo do governo. Apesar desses números representativos, as PMEs recebem apenas 18% dos créditos públicos e são, assim, condenadas à perda de competitividade. Da mesma maneira, a economia solidária carece de apoio. A formalização das atividades hoje precarizadas é outra meta inadiável, para garantir segurança jurídica e trabalho decente.
Em qualquer uma dessas inciativas, o papel da engenharia nacional será decisivo para garantir qualidade de projetos, foco em inovação e perspectiva desenvolvimentista. Se cabe ao governo liderar a reindustrialização e a reconstrução do Brasil, compete à engenharia estar à altura dos desafios que lhe serão postos nesta jornada.
A geração de empregos e a luta por melhores condições de trabalho – pautas caras ao movimento sindical – passam por avanços econômicos e estruturais. É preciso articular cada vez mais as lutas dos trabalhadores brasileiros com as causas da engenharia nacional. Levantemos, juntos, a bandeira de um projeto nacional de desenvolvimento soberano. Viva o 1º de Maio. Viva o Dia dos Trabalhadores e das Trabalhadoras.
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