Um encontro na noite desta quinta-feira (22), por videoconferência, marcou mais um avanço rumo ao 1° Fórum da Engenharia Nacional (FEN). Seis entidades promoveram essa reunião preparatória: Clube de Engenharia Brasil - Rio de Janeiro, Clube de Engenharia de Pernambuco, Engenharia pela Democracia (EngD), Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Sindicato dos Engenheiros da Bahia (Senge-BA) e Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ). A realização do FEN também conta com o apoio de outras entidades e lideranças.
“Estamos aqui por causa do trabalho, do pensamento e do esforço dessa inteligência coletiva, com vontade de servir ao País e a seu povo”, disse Allen Habert, dirigente da EngD e coordenador do Fórum. “Quem está aqui tem muita história. Conseguiu ajudar a derrotar o neofascismo em 2022 através da força da soberania popular, pelo voto, e trabalhar na reconstrução e na transformação deste país.”
Segundo Allen, é necessário viabilizar um “novo momento de governança”, que passa pelo Fórum da Engenharia Nacional, em 2024, e pela 1ª Conferência Nacional da Engenharia, em 2025. “O Fórum será uma articulação estratégica. Que possamos explicitar políticas públicas dentro da engenharia e unificar esses campos tão diversos que a engenharia influencia, para ter protagonismo nesse movimento inclusivo”, acrescentou.
O coordenador-geral da EngD, Paulo Massoca, apresentou o texto-base que será apresentado a representações da engenharia, “para debate e recebimento de contribuições”. Segundo Massoca, o documento incorpora ideias e propostas discutidas em momentos como a campanha Amaury Monteiro Jr. à presidência do Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) e a realização da 1ª Conferência Nacional Livre de Engenharia, Ciência, Tecnologia e Inovação.
A reunião também aprovou a Comissão Articuladora do Fórum, que poderá ser ampliada, por decisão de seus membros. A comissão inicial tem a seguinte composição:
Allen Habert, diretor da EngD para o Fórum, diretor da CNTU, presidente do SEESP (1986-1989)
Amaury Monteiro Junior, presidente do Conselho Deliberativo -da EngD
Antonio Rolim, consultor do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva)
Carmen Lúcia Petraglia, conselheira do Confea (2023-2025) e presidenta da Abea Nacional (Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas)
Cladice Diniz, vice-coordenadora-geral da EngD
Guilherme Estrella, “pai do pré-sal”, diretor de Exploração e Produção da Petrobras (2003-2012), membro da Academia Nacional de Engenharia e conselheiro do Clube de Engenharia Brasil - Rio de Janeiro
Henrique Luduvice, presidente da Mútua (2000-2006), presidente do Confea (1994-1999) e presidente do Crea-DF (1988-1993)
Marcia Nori, presidenta do Senge-BA
Marcelo Tabatinga, presidente do Clube de Engenharia de Pernambuco
Marcio Girão, presidente do Clube de Engenharia Brasil - Rio de Janeiro
Marcos Tulio de Melo, presidente do Confea (2006-2011) e diretor de Relações Institucionais da EngD
Olímpio Alves dos Santos, presidente do Senge-RJ
Roberto Freire, presidente da Fisenge
Wilson Lang, membro da Academia Pan-Americana de Engenharia, presidente do Ibape (2017-2018) e presidente do Confea em 2000-2005
Clique aqui para conhecer as entidades e lideranças que já se integraram ao Fórum da Engenharia Nacional.
Leia abaixo o texto-base do FEN:
CONSTRUIR O FÓRUM DA ENGENHARIA NACIONAL!
Rumo à 1ª Conferência Nacional da Engenharia
Reunimos profissionais e pesquisadores que atuam e interagem em todos os campos da engenharia, agrociências e geociências mobilizados em defesa da Democracia, Desenvolvimento e Soberania.
Lutamos pela democracia em suas dimensões política, econômica e socioambiental.
Lutamos pela nossa engenharia, soberania, desenvolvimento sustentável e inclusivo, por um país justo para todos.
Neste ano vamos criar, reunindo lideranças, entidades e instituições, o Fórum da Engenharia Nacional (FEN), rumo à 1ª Conferência Nacional da Engenharia que estamos propondo ao Governo Federal realizar em 2025.
O Fórum da Engenharia Nacional é uma construção estratégica e de caráter permanente. Tem como objetivo ser um espaço político e cultural de pensamento, formulação, debates, diálogo social, articulação para incrementar uma ação assertiva das lideranças, entidades, organizações, instituições e setores integrantes da engenharia, mantidas as autonomias de cada uma delas, para potencializar o protagonismo junto à sociedade e governos. O desenvolvimento, a democracia e a soberania necessitam de um maior protagonismo e participação da engenharia brasileira para se alcançar as condições de atender as necessidades da população, melhorar a qualidade de vida e construir um Nação mais desenvolvida e justa.
Temos consciência que Engenharia, a qual não por acaso sofreu um profundo desmonte nos últimos anos, é estratégica na reconstrução do nosso país e sua inserção no novo mundo da Inteligência Artificial. É indispensável Mais Engenharia para executar o novo PAC, levantar a Nova Indústria Brasil (NIB), as nossas estatais estratégicas, a defesa do conteúdo nacional na produção de bens e serviços, a nossa agricultura, nosso meio ambiente, recuperar plenamente nossa soberania energética, a segurança nacional, a infraestrutura, cuidar das nossas cidades, da nossa gente, mitigar os eventos extremos pelas mudanças climáticas - para qualquer lado que se olhe não há área em que a engenharia não se faça necessária para levar soluções concretas a partir dos avanços da ciência, do prato de comida ao satélite.
Para o Brasil, portanto, é urgente retomar o protagonismo da Engenharia. Sua transversalidade, em todas as áreas do processo produtivo, e sua capacidade de materializar o conhecimento da ciência e pesquisa, da bancada do laboratório, é decisivo para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, das cidades, dos cuidados ambientais, do progresso humano e social, do desenvolvimento soberano do Brasil.
Somos cerca de1.300.000 profissionais, mais de 230 mil empresas de engenharia. São necessários programas de apoio a esses profissionais, empresas e ao cooperativismo, que carregam e desenvolvem o conhecimento estratégico e avançado para a aplicação das novas tecnologias, para cumprir e ampliar as missões da Nova Indústria Brasil (NIB), valorizando a economia solidária, e da Nova Engenharia Brasil (NEB).
Os investimentos previstos pelo Novo PAC e pelo setor privado nacional levam à necessidade de programas de atualização e reciclagem de profissionais e formação de mais de meio milhão de novos engenheiros, além do que já formamos atualmente, e dar mais celeridade e amplitude às bolsas de pós-graduação e pesquisa, voltados ao cenário disruptivo das novas tecnologias.
Viva o Fórum da Engenharia Nacional! Viva o Brasil!
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