Denunciante une democratas e republicanos na reivindicação de regulamentação do Facebook.
Frances Haugen, gerente de produtos do Facebook, passou horas detalhando aos legisladores como a rede social prejudica os jovens e como a empresa subordinava a segurança de seus usuários ao lucros gigantescos, como prejudicava a democracia não retirando noticias falsas e seus robos, porque isso aumentava o tempo de utilização e conversas nas redes, dando mais ganhos e lucros para a empresa. O Facebook discordou de seu depoimento, mas disse que as novas regras para a internet estavam atrasadas: 'É hora do Congresso agir.'
É sabido que "informação é poder" portanto, o Monopólio privado da Informação é na prática o Monopólio privado do poder.
Na crise da bolha especulativa de papéis imobiliários que levou 16 dos 20 maiores bancos americanos a falência, quebrou milhares de empresas e milhões de poupadores perderam do dia para a noite todas as suas economias, em que milhões de americanos foram despejados e tiveram suas casas hipotecadas retomadas, restando-lhes morar nas ruas e abrigos temporários, o presidente da Comissão do Senado dos EUA que investigava a pirâmide fraudulenta, que abalou a economia mundial, ouviu do Presidente do maior banco americano que testemunhava a seguinte resposta a sua indignada pergunta:
- "Vocês banqueiros são irresponsáveis? Com essa pirâmide de papeis que emitiram lastreados em hipotecas de alto risco quase quebraram a economia dos EUA e do mundo" - disse o Senador Presidente da Comissão.
- "Vocês congressistas são os responsáveis, vocês sabem como nós somos, sabem que não temos limite para nossa ganância e não fizeram nada para impedir" respondeu o Presidente do maior banco que depunha na Comissão.
Ou seja, o chefe do monopólio financeiro americano reconheceu que se o Estado não coloca limites a ganância e regulamenta o setor financeiro não será o monopólio que o fará, mesmo que isso custe a quebra no mercado de milhões de empresas e empregos.
Muito inexplicado o Facebook e suas empresas Whatsapp e Instagram, que ainda operam em redes físicas distintas, em pleno horário de pico, ter decidido mudar os DNS de seus servidores ou provocado no sistema BGP, que gerencia o trafego dos seus servidores com a rede mundial de computadores a Internet, uma mudança dos números dos IPs de seus servidores. Você contrataria um gerente de sistema ou de segurança de sistema que recomendasse fazer essa troca no horário de pico do seu faturamento e dos seus usuários? É mais ou menos como trocar a equipe de controladores de trafego aéreo nos maiores aeroportos do mundo no horário de pico, com milhares de aviões e seus passageiros no ar, e ainda proibir a entrada dos novos operadores ou técnicos de manutenção dentro das salas de controle ou dos equipamentos que controlam o trafego de aviões no planeta. Você faria dessa maneira?
Creio que a resposta é não!
A outra explicação que foi aventada é que há uma decisão de integrar as estruturas das redes das três maiores e gigantescas redes e que isso poderia ter deixado todas fora do ar ao mesmo tempo. Pergunto novamente, você arriscaria desligar máquinas, e ligar outras, em outro lugar para integrar fisicamente sua estrutura de redes e equipamentos em outros servidores bem no horário de pico das redes, entre 12HS e 18 HS no horário dos EUA e da América? Ou faria essa integração de forma parcelada e segura em horários menos tensos?
É no mínimo uma coincidência impressionante que a gerente de produtos do Facebook que apresentou relatórios de anos de trabalho trazendo provas às sua denuncias e as recomendações de segurança que não foram seguidas, apontando os crimes dos donos da rede e cobrando, na verdade implorando, que o Senado tome as rédias e regulamente colocando o interesse e a segurança dos usuários acima do interesse insaciável de lucros do Monopólio privado das redes sociais.
O Facebook já foi acusado de interferir na democracia dentro dos EUA, sem contar o uso dos big datas no escândalo da Cambridge Analytics e dos milhares de robots que elegeram o genocida Bolsonaro no Brasil, inundando de fakenews e mentiras escabrosas os celulares de todos, se utilizando dos big datas e monitoramento e controle das reações em tempo real, para poder manipular corações e mentes, mobilizando preconceitos, ódios e fanatismo, em campanhas contra o STF, o Congresso e a própria Constituição do Brasil.
Sabemos as consequências que levaram à morte centenas de milhares de brasileiros, arruinou a nossa economia, disparando preços, aumentando o importacionismo de bens duráveis em troca de produtos agrícolas de menor valor agregado, quebrando o Estado Nacional, privatizando lucrativas e estratégicas empresas, que, se agora já não estão, em breve estarão sob controle de monopólio estrangeiro.
E ainda há quem acredite que poderíamos competir nesse mundo monopolizado com algumas "multinacionais brasileiras". Mas se o Estado Americano não consegue impor regras de competição e anti monopolistas aos seus conglomerados como seria possível para algumas empresas privadas brasileiras competir globalmente com tais mastodontes? Raciocinam como se o Brasil fosse a Coréia do Sul ou Taiwan, protetorados dos interesses desse monopólios americanos para fustigar a China. Na geopolítica do Monopólio Privado não há tolerância para o surgimento de uma nova China na América do Sul.
Sem projeto Nacional de Desenvolvimento e sem Estado Nacional democrático e forte que assegure nossa democracia, nossa economia, nosso mercado, indústrias e empregos, até nossa agricultura está muito ameaçada. Por mais que se façam concessões, como alguns governos democráticos anteriores fizeram, em troca das três refeições e pratos de comida na mesa, não se pode esperar que haverá tolerância ao nosso desenvolvimento sem luta e sem Estado Nacional. Sem ele para defende o interesse nacional será muito difícil garantir a segurança alimentar, a saúde, a educação, a segurança, a mobilidade e o direito a moradia, os empregos e tudo que nosso povo merece.
O apagão mal explicado do Facebook é mais um prenúncio da necessidade dos brasileiros se unirem em torno de um projeto nacional de desenvolvimento e da luta pela democracia, e do Movimento Engenharia pela Democracia colaborar ativamente com esse esforço nacional. Um desafio do tamanho da Engenharia brasileira nos seus melhores momentos.
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