19/05/2022
Desculpem-me amigos, mas diante das inúmeras preocupações que temos demonstrado em não desagradas nossos novos “companheiros de lutas” estou ficando preocupado se existe algo real entre o que sonhamos e o que realmente teremos num próximo governo comandado pelo LULA ou pelo Ciro?
Nós, os patriotas progressistas deste país nos anulamos e “esquecemos” de organizar os movimentos sociais, os militantes e a população para a defesa de um país possível que defenda sua SOBERANIA e com isso lute pela manutenção de suas estatais estratégicas e pela manutenção de um estado indutor da economia e responsável pelo bem estar da sociedade como um todo.
Por que esse desabafo agora? Simples... ontem o TCU aprovou a privatização da Eletrobrás, uma estatal extremamente estratégica e nós estamos quietos.
Onde está nossa sensibilidade para entender o estrago que a venda da Eletrobrás representa para o nosso país e, em consequência para o nosso povo? Fomos pegos de surpresa? Não, o assunto estatização da Eletrobrás é assunto que está sendo discutido e divulgado pela imprensa há bom tempo e, concretamente, nós os patriotas progressistas não estamos preparados para colocar povo na rua, para denunciar mais essa negociata nefasta ao país, e para gritarmos em alto e bom som: A ELETROBRÁS É NOSSA!
Aí vem a pergunta, depois que a Eletrobrás for privatizada o que fazer? Os lulistas com certeza dirão: depois reverteremos, os Ciristas vão soltar bravatas, dizer que farão diferente, mas no fundo dirão o mesmo. Ambos dirão, nos elejam que resolveremos a situação! Mentira deslavada! E daí a pergunta provocativa: se assumirmos, quem é mesmo que vai mandar?
Com certeza serão os mesmos que tem mandado nesse país há muitos anos e que destruíram os direitos trabalhistas, que fatiaram e venderam a Petrobras, que patrocinam o projeto econômico neoliberal vigente e que não admitirão qualquer retrocesso ou “quebra de contrato”.
Eu e muitos de vocês já vimos esse filme e a título ilustrativo vou contar um fato ocorrido durante o governo Dilma onde, em um evento na CASA DAS CIDADES em São Paulo, o deputado Paulo Teixeira (PT/SP) fez um discurso ferrenho contra a aprovação do código Florestal e, na sequência eu me levantei e perguntei a ele: Quer dizer então deputado que amanhã podemos contar com o seu voto contra a mudança do Código Florestal? E a resposta cínica foi: Não, não posso em nome da governabilidade... Dei esse exemplo só para que vocês reflitam antes de defender o indefensável! Em nome da governabilidade e dos acordos espúrios travados “em gabinete” já se cometeram muitos crimes contra o povo brasileiro.
Até o início do próximo governo muitas batalhas enfrentaremos, muitas omissões, muitos acordos “de gabinete” serão praticados em nome da manutenção da Frente Ampla.
Partidos progressistas se anularão, sindicatos e centrais dormentes continuarão dormindo, movimentos sociais continuarão de bandeira arriada, mas... nossos novos “companheiros de luta”, ao contrário, não estarão silentes, suas exigências estarão bem amarradas e terão até um interlocutor/fiador de confiança pronto para garantir que as cláusulas serão cumpridas.
Que cláusulas são essas? Na política contemporânea nem tudo que é importante e vital está escrito, o fio de bigode e a força econômica garantem o seu cumprimento. Ou cumpre ou racha, e o racha já sabemos como se dá!
Após o início do próximo governo, Bolsonaro e seus milicianos já despachados, é hora de sentar-se com os “novos companheiros” e definir o que é possível e permitido fazer em nome da tal da governabilidade!
Acho sinceramente que temos um candidato com chances de vencer, temos que ampliar nosso arco de alianças, temos aspirações e temos força para lutar. Isso é uma constatação, mas é um grande erro não deixar claro os pontos programáticos dessa aliança e erro maior é ficar silente, submergir... a espera dos acontecimentos para não desagradar os “novos companheiros”.
Nós, por nossos documentos básicos - Carta de Princípios e Plano Estratégico - sonhamos com um Brasil que pratique a Democracia 3D (Social, Econômica e Política) e somos contra o Neoliberalismo e, enquanto movimento em busca de espaço e reconhecimento junto às entidades democráticas sérias desse país, devemos sermos ousados e coerentes e nos posicionarmos para além do Fora Bolsonaro e exigirmos mudanças nesse país, entre as quais a Não Privatização da Eletrobrás, o fortalecimento da Petrobrás e que ela volte seus interesses para atender ao povo brasileiro, e a todas as questões importantes entre as quais: as defesas da Educação, da Saúde, do Meio Ambiente, da Engenharia, da Ciência,...
Não à privatização da Eletrobrás!
Sou EngD e defendo a Soberania dessa Nação!
Caro Amaury, pertinentes os seus comentários sobre "quem governará o país depois da eleição do Lula". Sem dúvida, o sistema, que não mudará com a eleição de Lula será o principal ator e continuará ditando o norte principal. Mas, em segundo plano, contamos com a conhecida capacidade de Lula de fazer bastante mesmo entre os inimigos. O terceiro agente importante, somos nós, o cidadão e, nesse caso, já sou mais pessimista. Costumamos reclamar e muito, mas, pouco fazer. Quem sabe agora, depois do susto Bolsonaro, o aprendizado tenha avançado. Por enquanto, unir força para a vitória porque, se ela não ocorrer, não há futuro.